Observatório Social de Foz do Iguaçu

O fundador nacional do Observatório Social do Brasil (OSB), Ney Ribas, injetou esperança e energia no público que presenciou a sua palestra em Foz do Iguaçu na sexta-feira, 11. Em um bate-papo interativo, ele emocionou todos ao abordar “O voluntário no controle social: cuidar de Foz, essa energia depende de cada um de nós!”, dentro da Semana Nacional da Cidadania do Sistema OSB.

O convite para o voluntariado foi reforçado pelo presidente do Observatório Social em Foz do Iguaçu, Jaime Nascimento. “Recebemos na palestra de Ney Ribas a mensagem da atitude, que é necessária para se mudar as coisas. Deixo o desafio para cada um de nós levarmos essa mensagem a mais três pessoas e convidá-las a participar do Observatório”, disse. 

Já Ney Ribas iniciou sua exposição com uma provocação, instigando os participantes a refletir sobre quais são seus sonhos e o seu papel de cidadão. “Seus pais e avós escolheram Foz do Iguaçu para viver. Qual cidade vocês pretendem deixar para os seus filhos? Será aquela à qual vocês se dedicarem hoje”, ponderou.

E reforçou que uma das formas de dar essa contribuição coletiva é sendo controlador social. Contextualizou que o OSB está em cerca de 150 cidades brasileiras, congregando 3.500 voluntários. O movimento foi criado para que o cidadão seja protagonista, pois é ele o verdadeiro “dono” e “sócio” do empreendimento chamado município.

“O Observatório Social, que hoje constitui um sistema no Brasil, foi criado em Maringá (PR), quando foi descoberto o desvio de R$ 116 milhões na prefeitura. Só R$ 1,6 milhão foi recuperado, na forma de uma colheitadeira que estava em outro estado”, rememorou. “Assim, a sociedade precisava fazer algo contra a roubalheira”, expôs.

Ao público, Ney Ribas explicou que, para ser voluntário do Observatório Social, basta ter vontade de cuidar da cidade, dedicando o tempo por  semana que a pessoa puder. “Seja os olhos de Foz do Iguaçu. Esse é  o convite especial que fazemos: venham fazer parte dessa rede de controle social”, convocou.

O empresário, industrial e voluntário da cidadania também frisou que a falta de integridade é um dos grandes males que afligem as cidades e o país, porque ela suga os recursos públicos que são de todos, faltando na educação, saúde, segurança etc. Mas também existe a responsabilidade do cidadão. 

“Onde começa a corrupção? Na atitude de cada um de nós, em um mau exemplo que damos ou em uma mentira ‘inofensiva’ que contamos”, elencou. “Mas a falta de integridade chegou a uma situação insustentável. Cabe a cada um de nós respondermos: qual é a minha contribuição, o meu papel na sociedade para termos uma sociedade ética?”, indagou Ney.

“Eu ouso sonhar que um dia vamos transformar o país em uma área livre de corrupção. Eu acredito nisso”, apontou. “Precisamos nos unir para que as próximas gerações tenham um legado da nossa passagem. Cuidar de Foz do Iguaçu depende de cada um de nós. Para isso, devemos inspirar pessoas pelo exemplo e pela atitude”, completou Ney Ribas.

Energia para a ação

Na palestra, o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (ACIFI), Danilo Vendruscolo, referendou a importância do trabalho mantido pela entidade. “Eu acredito nesse projeto. Cumprimento o Observatório Social em Foz do Iguaçu por ter trazido esse ícone. Servidores públicos remunerados temos muitos. Mas servidores públicos voluntários temos poucos, e o Ney Ribas é um”, declarou.

Comerciária, estudante de Direito e moradora do Jardim Jupira, Brenda Amanda, de 22 anos, deu um depoimento emocionante abordando a questão social e o acesso à educação de crianças da sua comunidade. “A palestra me mostrou que essa força e atitude leva ao  empoderamento. Só me  encorajou ainda mais  ao saber que não sou só eu cobrando melhorias às crianças poderem ir à escola, mas tem uma sociedade toda em movimento”, realçou.