Observatório Social de Foz do Iguaçu

Presidente do Observatório Social do Brasil – Foz do Iguaçu (OSB – FI), Danilo Vendruscolo foi entrevistado na manhã desta segunda-feira, 24, no Contraponto, programa da Rádio Cultura. O dirigente da entidade dialogou sobre o atual momento da pandemia de covid-19 com a bancada de jornalistas e com o Secretário de Administração, Nilton Bobato.

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Vendruscolo explicou o pedido feito pela instituição para que a Administração Municipal forneça dados atualizados da quantidade de pessoas hospitalizadas por covid-19 neste mês de janeiro e a sua correspondência com pacientes vacinados e não imunizados. O objetivo é aferir a proporção de pessoas vacinadas e não vacinadas que necessitaram de hospitalização.

Trata-se da função do OSB – FI de exercer o controle social, lembrou. “Esperamos ter a resposta do Prefeito para termos segurança ao informar à população com dados oficiais”, enfatizou Danilo. O pedido também é sobre os 120 servidores da saúde que estariam afastados do trabalho por covid-19, conforme mencionado pelo Prefeito.
“Sem antecipar nossa avaliação como entidade, se isso for verdadeiro, parece que não foi feito o dever de casa”, avaliou o Presidente do Observatório Social. “Queremos saber se todos [os servidores] foram vacinados”, completou. Desde agosto do ano passado, o Decreto Municipal nº 29.464 exige a vacinação do funcionalismo público em Foz do Iguaçu (acesse aqui).

Medida inócua e intervencionista

Na entrevista, Danilo Vendruscolo também questionou a eficácia do chamado “passaporte vacinal” instituído na cidade pelo Prefeito Chico Brasileiro, sem discussão com as entidades da sociedade civil organizada. O Presidente do OSB – FI tachou a decisão como intervencionista, que cerceia direitos constitucionais, como o de ir e vir, e mostrou-se preocupado com sua extensão para segmentos econômicos.
“Não somos contra a vacina, eu mesmo já tomei até a terceira dose, que é de reforço. O que eu questiono, na condição de cidadão, é a eficácia dessa medida da Prefeitura”, esclareceu. “Medidas inócuas no enfrentamento à covid-19 estão deixando a população e o setor produtivo revoltados”, asseverou Danilo.
“A exigência do passaporte vacinal é uma medida intervencionista que o cidadão não está mais aceitando. Muitas pessoas deixam de tomar a imunização porque nem mesmo o fabricante assume a responsabilidade sobre seus potenciais efeitos colaterais”, avaliou. Ele ainda citou falhas do poder público na condução do trabalho de combate à pandemia.

Entre essas fragilidades, Danilo falou sobre a condição do transporte coletivo, tido como um dos principais espaços de proliferação do coronavírus. “Devemos parar de aplicar medidas paliativas que causam mais problemas para a sociedade. Saio preocupado com o que foi afirmado aqui [pelo secretário municipal] que são ameaças de intervenção econômica”, advertiu.

Sociedade reage

Nesta segunda-feira, cidadãos iguaçuenses realizaram ato público na Câmara Municipal contra a imposição do passaporte vacinal. A mesa diretora do Legislativo anunciou uma audiência pública para debater a temática e um vereador apresentou projeto para impedir os efeitos restritivos da medida. Em várias cidades, já ocorrem decisões judiciais contra o cerceamento causado pela exigência do comprovante da vacina.

Foto: Marcos Labanca/Arquivo